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Quando Elizabeth Taylor, atriz e ícone de Hollywood, decide revelar sua rotina de beleza, o mundo da maquiagem sente o impacto imediato. Segundo o ex‑assistente Tim Mendelson, a estrela combinava produtos de luxo como Christian Dior com itens de farmácia como Jergens. O que antes parecia exagero se mostrou uma estratégia que antecedeu tendências que só floresceram décadas depois.

Contexto histórico: beleza em Hollywood dos anos 60‑80

Nos anos 60, a indústria cinematográfica ainda não tinha os bastidores de consultores de imagem que vemos hoje. A própria Hollywood era um laboratório de experimentação, e Taylor, com seus olhos violeta‑azulados, tornou‑se referência instantânea. Como conta a historiadora de cinema Ana Paula Ribeiro, "a produção de filmes na época valorizava rostos marcantes, e a própria Taylor ajudou a definir o que seria o 'glamour atemporal'."

O Oscar de 1969Los Angeles, onde Taylor recebeu o prêmio por "Butterfield 8", foi o primeiro grande palco em que seu visual úmido e "dewy" chamou atenção, despertando curiosidade sobre os truques por trás da aparência.

Detalhes da rotina: do banho ao batom

O ponto de partida, segundo Mendelson, era o banho. "Ela tomava banhos longos, não chuveiros. Depois de aplicar a maquiagem, mergulhava para que o vapor selasse tudo", relata. Essa prática substituía o spray fixador que só se popularizaria nos anos 2000.

Para a base, Taylor preferia a Gerda Spillmann Bio‑Fond Cream‑To‑Powder (cerca de US$ 29 na época) na tonalidade "Top Chic". Ela combinava o creme com o pó POLA Maquifard Epanoui, da Japan, que hoje é raro encontrar. O resultado? Uma pele "pintada" que ainda deixava à mostra as sardas naturais – o que hoje chamamos de "no‑makeup makeup".

Os olhos, a parte mais icônica, recebiam paletas da Christian Dior em tons de azul, violeta, verde e ouro. Complementava com sombras da MAC e Shu Uemura. O delineador, porém, era o Clinique Cake Eye Liner em cinza‑escuro, escolha inspirada num artigo da Vogue de 1968 que questionava o tradicional preto.

Para as pestanas, ela confiava na máscara da própria Dior. E, curiosamente, a sobrancelha era pintada à mão com lápis comum – um truque que economizava tempo entre gravações.

Os lábios? Um manifesto de cores úmidas: vermelhos, rosas e corais, sempre em fórmulas hidratantes. "Ela evitava batons matte como quem foge da chuva", lembra Mendelson.

Na parte de cuidados da pele, a rotina era "ecleticamente luxuosa": Elizabeth Arden 8 Hour Cream para hidratação diária, La Mer e La Prairie nos anos posteriores, além do famoso Jergens para remover a maquiagem antes dos tapetes vermelhos. Um detalhe que surpreende: o talco do pai, usado como pó matificante nas áreas mais oleosas.

Opiniões de especialistas: o que a indústria pensa hoje

A maquiadora Francesca Tolot, que trabalhou ao lado de Taylor nos anos 70, afirma que "a escolha do cinza no delineador quebrava o paradigma da feminilidade agressiva da época". Para a dermatologista Drª Carla Gouveia, a massagem de hidratante descrita por Mendelson ainda é recomendada por melhorar a circulação microvascular.

Já o analista de tendências de beleza da L'Oréal, André Silva, destaca que "o vapor do banho como fixador ainda não foi replicado em escala industrial, mas a prática demonstra como Taylor entendia a química da pele".

Impacto e legado: de ícone a padrão

Impacto e legado: de ícone a padrão

  • Primeira referência ao "look de pele úmida" que dominaria as passarelas nos anos 2010.
  • Inspiração para marcas atuais ao lançarem linhas "no‑makeup" baseadas em texturas fluidas.
  • Uso de produtos de farmácia ao lado de luxo, reforçando a ideia de "beauty democratization".

Ao escolher joias antes de roupas nos eventos como o Oscar, Taylor redefiniu o fluxo de produção de estilo: primeiro a pedra preciosa, depois o vestido. Essa sequência ainda orienta estilistas de alto nível.

Próximos passos: o que podemos esperar

Com a venda de um arquivo pessoal de Taylor para um museu em Nova‑York, há expectativas de que novos detalhes (como a fórmula exata do “talc” usado) venham à luz. Enquanto isso, marcas de cosméticos menores já lançam coleções "Inspired by Elizabeth Taylor" que prometem trazer de volta o “vapor‑bath” como experiência sensorial em spas.

Fatos‑chave

  1. Elimina o spray fixador: usa vapor de banho.
  2. Base: Gerda Spillmann + pó POLA.
  3. Olhos: paletas Dior + delineador cinza Clinique.
  4. Lábios: batons úmidos em tons vivos, evita matte.
  5. Cuidados: Jergens, Elizabeth Arden, La Mer e talco do pai.
Frequently Asked Questions

Frequently Asked Questions

Como a rotina de Elizabeth Taylor influenciou a maquiagem moderna?

A aposta no acabamento úmido e no uso do vapor como fixador antecipou tendências de "skinimalism" que surgiram nos anos 2010. Hoje, marcas lançam primers que prometem efeito "dewy" e spas oferecem tratamentos à base de vapor, diretamente inspirados na prática da atriz.

Quais produtos de farmácia Elizabeth Taylor realmente usava?

Além do famoso Jergens para hidratação noturna, ela utilizava o talco do pai como pó matificante. Também recorria a um creme de rosto da marca própria da Elizabeth Arden, que era vendido em farmácias.

Qual era o papel da escolha de joias no visual de Taylor?

Taylor considerava as joias o ponto de partida; ela selecionava pedras preciosas e então mandava designers como Dior ou Valentino criar vestidos que realçassem o brilho das gemas. Essa estratégia colocava o sorriso e o brilho dos olhos como destaque secundário.

A técnica de usar banho para fixar maquiagem tem respaldo científico?

O calor e a umidade do vapor abrem os poros, permitindo que os pigmentos se assentem mais suavemente. Dermatologistas explicam que, quando a pele está levemente úmida, a aderência de produtos à base de óleo melhora, o que confere maior durabilidade ao look.

Qual a importância da disciplina de peso que Taylor mantinha?

Taylor acreditava que a manutenção de um peso estável ajudava na elasticidade da pele e na consistência da aplicação da maquiagem. Ela seguia dietas líquidas de curto prazo para evitar flutuações, prática que, embora controversa, reforçava sua imagem de autocontrole.

1 Comment

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    Andreza Tibana

    outubro 4, 2025 AT 00:46

    Pra mim, toda essa história de vapor no banho parece mais marketing vintage que real.

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