História do Feriado da Carta Magna
No dia 25 de março, o Ceará celebra uma data histórica significativa para o estado e o país — a abolição da escravidão em 1884. Esta conquista ocorreu quatro anos antes da abolição nacional pela Lei Áurea, em 1888, e faz do Ceará um marco no movimento abolicionista brasileiro. O feriado, estabelecido oficialmente em 2011, não só marca o pioneirismo do estado, como também resgata a memória de figuras importantes nesta luta, como Manuel Sátiro de Oliveira Dias, responsável por decretar a emancipação, e Francisco José do Nascimento, conhecido como Dragão do Mar, um dos principais líderes abolicionistas.
A origem deste feriado também se enraíza em movimentos populares, como a notória Greve dos Jangadeiros de 1881 — um ato de resistência em que jangadeiros se recusaram a transportar escravos para outros estados. Isso destacou a postura corajosa dos cearenses na luta contra a escravidão. Além disso, a libertação de 116 escravos em Redenção, em 1883, é frequentemente mencionada por historiadores como o início efetivo da abolição no Ceará.
Impacto e Celebrações em Fortaleza
Em Fortaleza, capital do estado, o impacto do feriado é visto em diversos serviços e no comércio. Embora algumas lojas de varejo possam abrir com acordos sindicais, os bancos e repartições públicas, como o Detran e os Correios, permanecem fechados. Entretanto, supermercados, restaurantes e centros comerciais como o Iguatemi Bosque operam normalmente. O transporte público segue o horário de domingo, com horários reduzidos para o metrô e VLT. Para comodidade da população, pagamentos agendados para este dia podem ser feitos no dia seguinte, sem incidência de multas.
Além da abolição, 25 de março também é o Dia do Maracatu, uma dança tradicional afro-brasileira celebrada por meio de iniciativas culturais no estado, reforçando a rica herança cultural do Ceará. Mesmo sem um decreto oficial escrito da época que confirmasse a abolição, historiadores apontam as mudanças econômicas e a resistência das comunidades escravizadas como fatores cruciais para o fim da escravidão na região.
Assim, este feriado não é apenas uma data comemorativa, mas sim uma reafirmação do compromisso contínuo do Ceará com a igualdade e a justiça social, refletindo o papel significativo que a região desempenhou na luta contra a opressão e na busca por um futuro mais brilhante para todos os seus habitantes.