alt mai, 13 2025

Operação Policial Intensa Tira Líder do Tráfico de Circulação

O Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, virou novamente palco de tensão depois que a Polícia Militar executou uma operação pesada na manhã do dia 13 de maio de 2025. A ação mirou diretamente Thiago da Silva Folly, apontado como um dos principais chefes do tráfico na região. Folly foi localizado escondido em um bunker, construção típica desses grupos para escapar da polícia ou de grupos rivais.

O momento da abordagem foi marcado por um tiroteio intenso. Os disparos assustaram quem estava nas ruas, obrigando comerciantes a baixarem as portas e escolas a fecharem logo cedo. A Avenida Brasil, uma das mais movimentadas da cidade e rota diária de milhares de trabalhadores, precisou ser interditada por horas. Para muita gente que mora ou passa pela Maré, o sentimento de rotina tomada por medo e incerteza se repetiu.

Segundo relatos de moradores, o confronto começou por volta das 6h da manhã. O clima era de guerra — helicópteros sobrevoando, carros blindados cruzando as vielas e agentes fortemente armados avançando pelas entradas do complexo.

Onda de Violência e a Vida Entre Tiros

Onda de Violência e a Vida Entre Tiros

A morte de Folly se soma a uma série de intervenções cada vez mais frequentes no Complexo da Maré, onde a disputa pelo controle do tráfico escancara uma realidade marcada pelo risco diário. Nos últimos anos, a região acumula episódios parecidos: em 2022, uma operação que durou quase uma semana terminou com 18 mortos. A promessa de segurança, para quem vive ali, se confunde com o medo de ser vítima de balas perdidas ou de perder familiares e amigos em meio aos confrontos.

A abordagem da polícia é alvo constante de críticas. Organizações de direitos humanos voltam a alertar para o perigo do uso da força letal, principalmente quando resulta no isolamento e deslocamento forçado de moradores. Crianças e adolescentes, especialmente, sentem o impacto: escolas fecham, aulas são suspensas e atividades rotineiras viram um desafio. Tem mães que mandam mensagem no grupo da escola perguntando se está seguro levar o filho ou se é melhor esperar. O transporte coletivo muda, médicos e enfermeiros têm que desmarcar consultas, emergências ficam com acesso bloqueado.

As instituições públicas tentam explicar que as operações são necessárias para enfraquecer o tráfico armado, que movimenta cifras milionárias na cidade. De outro lado, lideranças comunitárias apontam falta de investimento em políticas sociais, e lembram que o poder paralelo ganha força quando o Estado só aparece com fuzil na mão. É um ciclo difícil de romper: a cada novo chefe abatido, outro assume o comando, e a comunidade continua refém da guerra nunca declarada.

O caso de Thiago Folly marca mais um capítulo dessa disputa, desafiando a ideia de que operações militares resolverão definitivamente o problema. Enquanto tiros ecoam e portões se fecham, quem mora na Maré segue tentando viver, apesar da rotina marcada por sirenes e desconfiança.

17 Comentários

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    Rafael Ervolino

    maio 14, 2025 AT 05:43
    A operação tá na cara que é mais show de força do que solução real. Eles matam o chefe, mas o bunker tá cheio de substitutos treinados desde os 14 anos. O Estado só aparece com fuzil, nunca com livro, emprego ou saúde. É o ciclo da violência em modo automático.
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    Camila Mac

    maio 16, 2025 AT 03:49
    Essa polícia é um exército de ocupação disfarçado de segurança pública. Moradores são tratados como inimigos e não como cidadãos. E a mídia ainda elogia como se fosse heroísmo. O que é isso, senão apartheid armado?
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    priscila mutti

    maio 17, 2025 AT 15:10
    É importante ressaltar que a lógica do uso da força letal não é sustentável, nem do ponto de vista jurídico, nem do ponto de vista sociológico. A persistência da violência estrutural demonstra a falência das políticas públicas baseadas exclusivamente na repressão.
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    Leandro Rodrigues

    maio 18, 2025 AT 11:22
    Se fosse em outro país, todo mundo elogiaria. Aqui, todo mundo reclama. Mas se o bandido tivesse sido branco e rico, ninguém falaria nada. É só porque é favela. BRASIL VENCEU! 🇧🇷🔥
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    Maria Gomes

    maio 19, 2025 AT 14:09
    O tráfico não é o problema. O problema é o Estado que abandona. Quem cria bandido? A falta de escola. A falta de futuro. A falta de tudo. E agora querem resolver com bala? Que ideia genial.
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    Lorenna Alcântara

    maio 20, 2025 AT 14:21
    Eu sei que é difícil, mas não podemos desistir de acreditar que mudanças reais são possíveis. A gente precisa de mais professores, mais psicólogos nas escolas, mais centro de cultura. A polícia não pode ser a única resposta. 💪❤️
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    Paulo Penteado

    maio 21, 2025 AT 14:32
    Tá vendo isso? O bandido morreu, mas o povo tá com medo de sair de casa. Aí o jornal fala que é vitória. Mas quem venceu? O tráfico tá mais forte que nunca. Aí o cara que assumiu o posto é o irmão do Thiago. Tudo igual.
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    Mauricio Samuel Senhor dos Mortos

    maio 22, 2025 AT 16:30
    Bandido tem que morrer. Ponto. Se não matar, vai matar outro. Não tem jeito. Quem mora na Maré que se vire. Se não gostou, mude de cidade.
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    Eduardo Almeida

    maio 23, 2025 AT 08:35
    A segurança pública não é um privilégio. É um direito. E quando o Estado falha, o crime ocupa o vácuo. Mas a resposta não pode ser apenas militar. Precisamos de inteligência, de integração, de presença humana. Não só de fuzis.
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    Giancarlo Luiz Moreno Ore

    maio 24, 2025 AT 23:46
    A gente pode mudar isso. A gente tem que mudar isso. Cada um pode fazer algo: apoiar projetos locais, denunciar corrupção, não achar que é normal. A Maré não é um inferno. É um lugar com gente que merece vida. 🌱
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    Maria Luíza Chacon

    maio 26, 2025 AT 21:51
    Quando eu era criança, a gente brincava de polícia e bandido. Hoje, as crianças da Maré vivem isso de verdade. E ninguém fala disso. As escolas fecham. Os médicos não vão. As mães não dormem. Isso é guerra. E guerra não resolve nada.
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    eG eSports Agencia Gamer

    maio 27, 2025 AT 19:58
    A violência... é... uma... cicatriz... profunda... que... o... Brasil... carrega... desde... sempre... E... cada... operação... só... a... aprofunda... mais... e... mais... e... mais...
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    Marcos Tulio da Rocha Pereira

    maio 28, 2025 AT 20:11
    A gente fala tanto em justiça, mas nunca pensa em como ela chega. Se a gente só põe polícia, a gente põe medo. Se a gente põe escola, põe esperança. A escola é a arma mais poderosa. E ninguém quer investir nela.
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    Fabrício Neves

    maio 30, 2025 AT 00:06
    tem um cara ai que ta falando q a polícia é o unico jeito... mas e se o jeito for o oposto? e se o jeito for dar trabalho pro jovem antes de ele virar bandido? e se o jeito for investir em cultura? e se o jeito for... a gente nao ta olhando pro que importa
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    larissa barreto

    maio 31, 2025 AT 14:59
    A dor das mães da Maré é a dor de toda a nação que se esqueceu de cuidar. E aí, quando o filho morre, a gente chora por cinco minutos e volta a rolar o TikTok. Isso não é indiferença. É covardia.
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    José Lopes

    junho 1, 2025 AT 19:58
    Folly morreu. Mas o tráfico não. O tráfico é um organismo. Corta uma cabeça, nascem três. A solução não é militar. É social. É econômica. É cultural.
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    Karolyne Peres

    junho 3, 2025 AT 05:36
    A operação, embora tecnicamente bem-sucedida do ponto de vista tático, reforça a lógica perversa de que a segurança pública é sinônimo de repressão. A ausência de políticas de inclusão transforma comunidades em campos de batalha, e não em territórios de cidadania.

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