Quando John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, Eagle Football subiu ao palco numa entrevista coletiva na FrançaFrança e revelou que o clube carioca fará "quatro grandes aquisições" no próximo ano, mantendo a política de "vender muito e comprar ainda mais". A declaração, feita em 18 de novembro de 2024, já fez o coração da Nação Botafoguense disparar. Mas o que está por trás desse plano ambicioso? E como a estrutura multilíngue da Eagle Football pode influenciar o futuro do Botafogo?
Visão de Textor para 2025
Segundo o empresário norte‑americano, o objetivo não é apenas montar um elenco competitivo, mas transformar o Botafogo em um clube "top‑3" brasileiro e, de quebra, garantir presença constante na Libertadores. "Vamos dobrar o número de grandes contratações", garantiu Textor, lembrando que em 2024 o time se sustentou em duas peças‑chave – Luiz Henrique e Sébastien Almada – além de várias chegadas gratuitas.
Ele chegou a citar nomes que já despertam curiosidade: "Igor Jesus, que está nos Emirados Árabes e já é titular da Seleção, é um exemplo do tipo de jogador que queremos atrair". O plano, porém, não é só sobre contratações caras. O discurso inclui ainda a venda de jogadores que "não se encaixam" e a reciclagem de talentos via parcerias com o Olympique Lyonnais, clube também controlado pela Eagle.
Estratégia de transferências e histórico recente
Durante a entrevista, Textur explicou que a base do elenco atual foi construída "a partir de transferências gratuitas" e "duas grandes contratações". Em 2025, porém, a meta é "quatro reforços de peso". Entre os nomes que já circulam nos bastidores estão o atacante uruguaio Facundo Pellistri e o meia argentino Gonzalo Montiel, ambos disponíveis por valores abaixo de €10 milhões, segundo o departamento de scouting da Eagle.
Mas nem tudo são flores. Em entrevista ao GE, em 8 de outubro de 2025, Textor admitiu que "metade dos jogadores quis sair" do clube naquele ano, citando a saída de Lucas Perri e Adryelson para a Europa. "A maioria dos nossos contratos tem cláusulas que facilitam a movimentação para o Lyon ou outros clubes parceiros", explicou, ressaltando que a colaboração entre as duas equipes tem sido "valiosa para o desenvolvimento de carreiras".
Relação entre Botafogo e Olympique Lyonnais dentro da Eagle Football
A Eagle Football, holding criada por Textor para gerir seus ativos esportivos, atua como ponte entre o Rio de Janeiro e a capital francesa. Em 2022, a empresa comprou o Lyon por meio de um consórcio liderado pela Ares Management, fundo de investimento que ainda detém parte do controle acionário.
Dentro dessa estrutura, há um fluxo constante de informações de scouting, profissionais e até jogadores. "Quando estamos sentados com o troféu da Libertadores, não nos arrependemos de ter aberto caminhos para que nossos atletas cheguem à Europa", declarou Textor, apontando para contratos de trabalho que permitem que atletas como Almada e Luiz Henrique sejam emprestados ao Lyon antes de retornarem ao Brasil.
O resultado já é palpável: o Botafogo conquistou a Libertadores em 2024 – sua primeira em 30 anos – e o Lyon, apesar de uma crise financeira, manteve a vaga na Ligue 1 graças ao apoio estratégico da Eagle.

Mudanças na governança e a extensão da dívida
Outubro de 2025 trouxe turbulência nos bastidores da Eagle. No dia 9, o diretor independente Mark Affolter deixou o conselho, sendo substituído por Hemen Tseayo, ex‑diretor de desenvolvimento estratégico do Tottenham Hotspur e ex‑chefe de estratégias do Manchester United.
A mudança foi descrita por Textor como "a conclusão de uma fase inicial de trabalhos". Para o clube brasileiro, a notícia trouxe certa tranquilidade, já que Tseayo tem experiência em gestão de futebol europeu e promete reforçar os laços entre Brasil e França.
Entretanto, a sombra da dívida ainda paira. Em 10 de outubro de 2025, a Ares Management concedeu à Eagle um prazo de 12 meses – até outubro de 2026 – para não executar garantias contratuais relacionadas à dívida bilionária de Textor. A medida oferece um alívio temporário, mas também coloca pressão sobre o empresário para que os projetos esportivos gerem caixa suficiente para honrar compromissos financeiros.
Impactos esperados e reações dos torcedores e especialistas
Os bastidores financeiros e as estratégias de mercado já começaram a repercutir nas arquibancadas. Em chats de redes sociais, torcedores comentam que a promessa de "quatro grandes contratações" eleva a expectativa, mas também gera ansiedade sobre possíveis vendas de ídolos.
Especialistas em economia esportiva, como a doutora Mariana Lúcia (Universidade de São Paulo), afirmam que o modelo de "vender muito e comprar mais" pode ser sustentável apenas se houver uma margem operacional saudável, algo que a extensão de crédito da Ares possibilita, mas que requer disciplina.
Por outro lado, analistas de futebol apontam que a colaboração entre Botafogo e Lyon pode abrir portas para talentos sul‑americanos no mercado europeu, fortalecendo a imagem do clube como “vitrine internacional”.

O que vem pela frente
Com a janela de transferências de 2025 se aproximando, o Botafogo deve anunciar, até o fim de julho, os primeiros dois reforços. Textor garante que as negociações já estão em estágio avançado e que os contratos incluirão cláusulas de desempenho que beneficie ambas as partes.
Enquanto isso, a Eagle Football está finalizando um acordo com a Ares para renegociar parte da dívida, o que pode liberar recursos adicionais para investimentos em infraestrutura, como a modernização da Gávea.
Se tudo correr como planejado, os torcedores poderão, ainda este ano, ver o Botafogo disputar a fase de grupos da Libertadores com um elenco mais experiente e, quem sabe, levantar outro troféu continental em 2026.
- Data da entrevista coletiva: 18/11/2024
- Objetivo de 2025: quatro contratações de peso
- Parceria principal: Botafogo <-> Olympique Lyonnais via Eagle Football
- Prazo concedido pela Ares Management: até 10/10/2026
- Nova diretoria da Eagle: Hemen Tseayo assume cargo de conselheiro
Perguntas Frequentes
Quantas contratações o Botafogo pretende fazer em 2025?
John Textor afirmou que o clube vai fechar quatro grandes reforços, além de continuar negociando vendas e empréstimos de jogadores que não se encaixam no projeto.
Como a parceria com o Olympique Lyonnais pode beneficiar o Botafogo?
A Eagle Football permite troca de informações de scouting, empréstimos e transferências com cláusulas favoráveis, facilitando a passagem de talentos como Almada e Luiz Henrique para a Europa e trazendo experiência internacional ao plantel brasileiro.
Qual é o risco financeiro da estratégia de Textor?
A dívida bilionária da Eagle, garantida pela Ares Management, exige que o clube gere receitas compatíveis com as vendas e o pagamento das garantias, sob pena de acionamento de garantias contratuais.
Quem substituiu Mark Affolter no conselho da Eagle Football?
Hemen Tseayo, que atuava como diretor de desenvolvimento estratégico do Tottenham Hotspur e já trabalhou no Manchester United, assumiu a vaga no conselho em outubro de 2025.
Quais são as expectativas dos torcedores para a Libertadores 2025?
Com a promessa de um elenco mais forte e a estratégia de manter jogadores-chave, a torcida espera que o Botafogo não só se classifique, mas lute por títulos, replicando o sucesso da campanha de 2024.
Luciano Pinheiro
outubro 11, 2025 AT 03:38Eu vejo a proposta do Textor como um sinal de esperança pra gente que acompanha o Botafogo dia a dia. A ideia de quatro reforços de peso dá aquele gás que falta ao elenco depois da Libertadores. Claro que tudo depende da gestão financeira, mas o fato de já ter uma estrutura com o Lyon abre portas interessantes. Se a Eagle mantiver a política de vender bem e comprar melhor, podemos garantir estabilidade nos próximos anos. No fim das contas, o que importa é o equilíbrio entre ambição e realidade, e isso parece estar no radar da diretoria.